A cada tijolo colocado sobre o outro, a história ia se erguendo. Tijolinhos pequenos e tímidos indo de encontro aos céus, edificando sonhos que pairavam resplancescentes, feitos não em momento de miséria, e sim de fartura. Aquele era o lugar favorito, aquela era a companhia perfeita. O momento ideal, algumas jaleninhas abertas, com frestas de luz para que pudéssemos enxergar por trás dos tijolos. Podiam ter crianças ou apenas momentos bons. Podia ter comida boa e sem luxo. Era a simplicidade que guardava toda aquela esperança de uma paz de espírito duradoura e equilíbrio salvo num sorriso.
Pronto. A liga era aquilo, o entrosamento, a confiança. Um tijolo apoiando o outro, se entregando sem medo. Não importava o que acontecesse com aquela edificação: um levaria consigo um pedaço do outro, mesmo se algum dia uma fatalidade demolisse tudo. Postos juntos, teriam uma ligação eterna.
A rua era linda, calma. Estava ao lado de várias paixões. Respirava com vigor, e lá o prediozinho ficaria, com nome peculiar e arquitetura aconchegante. Nascera sem saber o propósito que teria, no quanto poderia nos levar a divagar sobre a vida. E a pensar e esperar coisas boas. E sorrir pensando que sempre dá para ser mais feliz. E dar boa noite querendo transmitir seus sonhos, sonhos tão gostosos que modificam o semblante durante o sono.
Ficou ali, o prediozinho simpático e ao mesmo tempo imponente. Seus tijolinhos amontoados eram apenas alguns degraus para subirmos e alcançarmos nossos sonhos. Eram jóia dada com carinho, que seria cuidada para sempre. Cuidada como se fosse uma vida, e respirasse. Porque é nessa simplicidade que ganhamos aquele sorriso que nos faz viver cantarolando e acordar sonhando.
uau ;)
ResponderExcluirSem palavras... Ficou fudido! =]
ResponderExcluiré o mais perto que eu consigo chegar do que eu achei do texto.
Muito bom, gostei!
ResponderExcluirConcreto e discreto...um sonho que é, que foi, que será!?
Cada frase conta uma história, percebi muitas, talvez nenhuma daquelas que quem escreveu queria passar, mas a palavra e isso escrevemos um sonho nosso que desabrocha num sonho do outro.
Tem melodia...voltarei mais vezes..