Aí você se lembra de que um dia pensou em desistir, que molhou a ponta do pé e teve medo de pular na piscina, pensando que a água era gelada e subestimando o poder do sol. E ri secretamente de medos bestas que teve, de quantas vezes deixou a esperança escorrer entre seus dedos e seu coração, e quando até se revoltou acreditando que tudo era uma grande bobagem. Em contrapartida, por vezes ainda presencia tudo acontecendo e se belisca, custando a acreditar que finalmente tal felicidade chegou.
Existem vários discursos flutuando por aí, e acreditar neles não é uma questão de confiança. É uma questão de crença própria, de aguentar firme esperando aquele navio que talvez ainda nem apareça no horizonte. É fazer sinal sem ser resgatado, mas continuar gritando sempre que escutar algum sinal de vida por perto. É saber que se pode respirar debaixo d'água, e fechar os olhos e continuar andando, com passos certos e confiantes.
Então, num dia desses, banal como qualquer outro, você poderá levantar suas pálpebras para deixar a luz entrar e, de repente, se deparar com uma imagem encantadora formada por uma claridade única, em forma de lua crescente que se abre ao ver sua imagem. E perceber que outras mãos guiam a sua, e que você flutua numa dança mesmo sem saber o ritmo. E aí você sorri de volta.