terça-feira, 26 de abril de 2011

Riding nowhere

Eu ando cansado.

Só queria voltar a um dia chuvoso como este, um dia perfeito. Um dia de preguiça, quando pude aproveitar os braços que sempre estão abertos para me acolher. Sair para passear sabendo que o único compromisso do dia é um jantar à luz de velas, com um vinho de boa safra nos esperando.

Quero aquela preguiça, com almoço descomprometido com direito a cervejinha pela tarde, vendo TV e deixando o sono chegar. E aquecido, vendo o frio lá do lado de fora, a gente escutava o barulho da chuva que caía devagar só para deixar tudo perfeito em detalhes. As cobertas eram nossa proteção contra o resto do mundo, e ali estávamos aconchegados, com a sensação mais atordoante que poderíamos ter.

Preciso de um dia de fuga, no qual a rotina não entre. E aquela sensação de ansiedade, com malas prontas para fugir e só voltar quando bem entender. Porque qualquer fuga é uma aventura. A pressa é grande para se chegar a um tão almejado destino, ao saber que lá não mais serei importunado. Contando dias, horas, minutos e segundos, até que finalmente um banho quente e a cama me digam que já cheguei.

Acho que não quero nada de espetacular. Quero um dia igual a este, só que melhor.

Um comentário:

  1. lembrei do tempo em que eu acordava sentindo a pele dele quentinha perto de mim e fitava, imóvel pra não estragar o momento, o embaçado da janela q disfarçava a chuva. senti saudade daquele calorzinho conhecido.
    acho que só algumas pessoas sabem ser verão.

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