terça-feira, 10 de maio de 2011

Versailles


O jardim é belo, e quando bate o sol, os lagos colaboram com reflexos que emprestam brilho às plantas cuidadosamente esculpidas e organizadas. Há poucas flores e cores, e há estátuas e bancos frios, mas a grama cresce em simetria, conduzida pelo som de orquestra que paira no lugar. Cada pé que toca as pedrinhas do chão carrega uma história, mas o deslumbre pela imensidão do lugar é quase o mesmo. A grama é tão convidativa que, suave, o sol também recosta sobre ela.

E quantos pensamentos flutuam neste bosque. Em cada passo, uma sensação.

Por todos os lugares, as pessoas fazem questão de registrar sua passagem. As crianças, animadas, andam e correm neste espaço sem igual. Quando há vastidão, há também liberdade. Como sempre deve haver no pensamento.

Sim, há muito o que ser visto. Mas assim é o mundo: um grande jardim a ser explorado, com deslumbrante vastidão. E nossa passagem por ele não deve ficar em branco, pois cada segundo é importante, mesmo se ele for temperado por uma saudade crônica que bate quando deixamos de olhar para fora e decidimos enfim olhar para dentro. Não importa. O coração deve sorrir mesmo com este peso, pois esta é a escolha do aventureiro, irremediável.

E, se o peso começar a ficar muito latente, basta abrir o caderninho onde estão as memórias, revê-las e deixar as novas escoarem. Elas descerão como gotas de chuva para molhar o coração de quem está longe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário