sábado, 30 de janeiro de 2010

One more time

O mundo é meu, e o dia só acaba quando eu deixar. Está tudo aqui, nas minhas mãos. E, se me recuso der ir pra cama, é porque posso esperar mais um pouco pra sonhar. Por enquanto, quero continuar saboreando esse gosto de que fui até a exaustão do sorriso. Continuar contemplando este castelo, elaborado de sementes plantadas despretenciosamente, mas que germinaram com tão forte raíz, que se agarram ao solo e se elevam até o infinito, me carregando nos braços.

Só agora me dou conta de como sou rico. Tenho tudo, tenho um mundo. Sei o que falta, mas rumo ao infinito sempre falta algo. O importante é ascender sem parar, subir os degraus que outrora não existiam, mas precisam ser transpassados para continuar respirando. E é ótimo respirar, mesmo que as nuvens encubram as estrelas como o medo encobre a verdade. Tudo está atrás para ser desvendado, e num sopro pode-se limpar o céu.

Os motivos da vida se esclarecem no final. E tanta força só serve pra servir de ferramenta pra tudo que está por vir. É recompensador perceber que as respostas estão mais lúcidas, as vontades menos lúcidas, e a realidade nada lúcida. A única coisa que precisa fazer sentido é a exatidão, a precisão dos atos. Os fatos, no entanto, seguem na aleatoriedade que consome a rotina, pois planejar é desejar controlar o universo que não cede a meros desejos.

O mundo, entretanto, é de quem sabe disso e consegue o ter na mão. E este sou eu agora, com um mundo nas mãos e brincando enquanto puder. Ah, o dia já está acabando, por desejo meu. Mas, enquanto alguns perguntam se vale a pena, só consigo pensar em uma coisa: quero tudo uma vez mais.

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