Ela entrou no pequeno apartamento. Tinha vertigem, estava cansada. Entregue aos macios travesseiros, fechou os olhos na esperança de que o mundo parasse de rodar. Aconchegada e meio encolhida, não reparou que a lua subia devagar, à sua janela, para espiá-la. Aquela era uma cena meiga: deitada tal qual criança que vai dormir, afundada entre travesseiros e lençóis. Um riso gostoso de quem sonha inocente, naquele conforto pré-sono que combinava com seu semblante inocente.
A lua continuava escalando os céus, em busca de uma frestinha para espiá-la. Então, alguém fechou a cortina. Agora, o quarto estava escuro, a vertigem ainda não tinha passado direito. Seus pés voltavam ao mundo, mas em alguns momentos ela pisava em nuvens, e o deixava para trás novamente. Até que ficou com vontade de escutar uma canção.
Então, tal qual cortina de espetáculo, o pano que recobria a janela foi se abrindo lentamente. A lua brilhou mais, enviando lentamente cada faixo de luz para espiá-la. A canção era uma homenagem àquela observadora que subira tanto aos céus pra poder ver seu reflexo naqueles olhos. Com a música tocando, o momento fez-se perfeito. E a menina pisou novamente em nuvens, para dar um beijo na lua.
Enfim, a vertigem passou. A menina estava deitando novamente, mas a lua tinha sumido do céu. Era aquilo, a lua só queria um momento. O sono estava chegando, apenas as luzes da cidade iluminavam o pequeno quarto. Enquanto adormecia, a menina ganhava um cafuné. Mãos carinhosas que, como a lua, se envolviam com a meiguice daquele pré-sono.
É leve, como o corpo que dorme e sonha
ResponderExcluirTenho orgulho de conhecer um cara que escreve tão bem.. =]
Você é muito especial, meu querido! Obrigada por me proporcionar esses momentos... Te amo! =)
ResponderExcluirQ lindo de novo, Enzinhooo!! Ótimo se transportar para um local tão doce e sonhador neste dia das mulheres. Vejo a cena e a compreendo.
ResponderExcluirAmigo, só uma obssss: vc nos entende com perfeição. rsrsrs
Quem dera todos fossem assim...
bjossss