Quando ela está por perto, ele segura forte a respiração. A prende, abafando um suspiro inevitável ao vê-la. Mas, quando ela está distante, aí sim que a respiração fica irregular e seu corpo o trai. Uma pontadinha incomoda seu peito, o pensamento fica nela e até o olfato falsifica cheiros próximos daquele perfume. Um perfume sem igual, cheiro particular que só complementa aquela bela figura.
Quando toca uma música específica, a agulha extrai do vinil da memória o som da voz dela cantando aquela canção, uma de suas favoritas. E quando ele se deita, o espaço que sobra na cama molda o corpo dela, para que os braços deles busquem aquela forma sem se encontrar. Tateando o nada e abraçando o vazio, ele adormece. Daí todas essas lembranças tomam corpo em sonho, que o faz sorrir em uma inocência quase infantil.
Ao telefone, ele confessa saudades. Ela duvida só para provocar. Ele sorri: como faz falta cada pequena frase de provocação. É irresistível o riso dela realizada, a cada vez que ele comprova suas saudades, como réu indefeso que foge das marteladas por sua vida.
Então, ela retorna. Tudo aquilo que era passado caminha em direção a ele como futuro.O presente se resume aos lábios dela. E que presente!
Fico sem palavras em ver o sentimento escrito...
ResponderExcluiracaba de virar um dos meus textos favoritos, muito bom
Bravo!!!!!
ResponderExcluirMais um incrível.
...e que sorte a sua!