terça-feira, 27 de abril de 2010

If this is heaven

A caixa estava aberta. O lacinho calmamente foi desfeito e, antes que a tampa fosse retirada, enrolado com cuidado. As mãos, ao descobrir a caixa, ainda seguravam a faixa de tecido macio com cuidado para que o rolinho não fosse desfeito. O embrulho tinha sido muito bem elaborado, e a combinação de cores era bela e significativa. Ele sorriu, sabia que o laço havia sido feito com sua cor favorita, e, quando viu seu riso, ela confirmou.

Depois de um pacote que enchia os olhos, o conteúdo da caixa era melhor ainda. Ela era repleta de palavras, que estavam guardadas com carinho. Foram selecionadas cuidadosamente, uma a uma, para compor aquele presente tão especial. Quando elas saíram da caixa, tinham cores vivas e toque de samba. Elas também eram afago, traziam um calor necessário ao coração e alma. Assim, quando a caixa foi fechada, mais de um laço foi atado.

Algum tempo se passou, e a caixa foi reaberta várias vezes. Algumas, para ter aquele banho de palavras novamente. Outras, para colocar mais histórias lá dentro. Até uma gota de chuva cristalizada ficou guardada ali. Na verdade, era tudo uma grande metáfora: guardava-se lá o que queria ele queria preservar dentro do coração.

A caixa ainda estava lotada de palavras. Palavras que não cabiam mais no coração. E, assim, cada vez que ela era aberta, um sentimento contagiava todo ambiente. Era como se declarações de amor fossem finalmente ditas. As letras viraram gestos e desenhos, e de repente havia uma história guardada. Não era mais necessário o laço, agora ele habitava o interior do pequeno recipiente de papelão. Cada vez que o coração se abria, cada vez que a tampa da caixa revelava seu interior, um sol nascia forte e aquecia o ambiente com beleza. E qualquer lugar onde essas palavras escapavam, em forma de lembranças ou declarações de amor, tornava-se o paraíso.

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